Você sabia que em 09 de agosto é comemorado o Dia Internacional dos Povos Indígenas? A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de garantir condições de existência minimamente dignas aos povos indígenas de todo o planeta, principalmente no que se refere aos seus direitos à autodeterminação de suas condições de vida e cultura, bem como a garantia aos direitos humanos.
No Brasil, a comunidade indígena tem uma expressividade muito grande. De acordo com o IBGE, no nosso país vivem 896.917 pessoas que se declaram como indígenas.
Além disso, o instituto estima a existência de 7.103 localidades indígenas, distribuídas em 827 municípios – desse total, 632 são terras oficialmente delimitadas. Há ainda 5.494 agrupamentos indígenas, 4.648 dentro de terras indígenas e 846 fora desses territórios. As demais 977 são denominadas outras localidades indígenas, aquelas onde há presença desses povos, mas a uma distância mínima de 50 metros entre os domicílios.
Para homenagear esse dia, gostaria de falar um pouco sobre o Quarup. Você já ouviu falar sobre? É uma cerimônia sociorreligiosa, intertribal, de celebração dos mortos, realizada entre os povos indígenas brasileiros da região do alto Xingu.
O ritual é ligado ao ciclo mitológico de um herói cultural, conhecido entre os camaiurás como Maivotsinim. De acordo com o relato do mito, Maivotsinim, desejando ressuscitar os mortos, entrou no mato e cortou três troncos de quarup, fincando-os no centro da aldeia. Ali os pintou e adornou com colares e penas. Chamou duas cutias e dois sapos cururus para cantarem com ele. Depois, distribuiu peixes e beijus para os índios comerem. Os maracá-êp (cantadores), sacudindo os chocalhos na mão direita, cantavam sem cessar em frente dos quarup, chamando os troncos à vida.
O vídeo a seguir mostra tomadas da festa Quarup desse ano. As imagens foram feitas no Parque Indígena do Xingu (PIX) e foram gentilmente cedidas pelos indígenas Kanaiu Waurá e Arapua Waurá. As etnias que aparecem são Kamayurá, Yawalapiti, Kalapalo, Kuikuro, Matipu e Nafukua.
Esse texto é uma homenagem às contribuições culturais e à sabedoria desses povos e um grito a inclusão de todos, a garantia de seus direitos e a preservação de suas culturas. “Inclusão é mais do que convidar para participar da festa é dançar com o convidado”.