Dando continuação a série de publicações com o resultado da avaliação situacional dos “8Ps” da Governança Corporativa em nove empresas brasileiras (2006 a 2011), hoje apresentamos a quarta parte, que versa sobre “Os Princípios”.
O levantamento foi realizado pelo economista e professor José Paschoal Rossetti para o livro “Governança Corporativa em Empresas Familiares”, lançado este ano pelo IBGC, no Congresso de Governança Corporativa, realizado em São Paulo.
Os princípios
O quadro de valores e princípios foi avaliado como um dos mais importantes ativos intangíveis nas nove empresas. Os legados dos fundadores, presentes ou não, transmitem-se de geração a geração e transparece o zelo com que são cultivados.
As listagens dos valores incluem princípios morais, como integridade, honestidade e preservação da união familiar. A conformidade legal na condução da gestão e no trato dos negócios é associável a estes princípios.
Somam-se a eles traços culturais comuns às empresas, como trabalho, simplicidade, segurança, “pé no chão” e compromisso preferencial com a empresa – para focar a capitalização como um dos fundamentos da perpetuidade.
A preservação desses valores pelos acionistas que atuam na administração é um dos elementos mais visíveis que lhes conferem legitimidade e reforçam a confiança neles depositada.
As transgressões aos legados e aos valores fundamentais são raras, apuradas com critérios historicamente praticados, ainda que não formalmente estabelecidos. Essa forma de agir é reforçada pelo forte alinhamento ao quadro de valores percebido na alta administração.
Não há, porém, provavelmente pela força com que se preservam as crenças e os valores familiares e pela prática permanente do “bom exemplo”, grande ênfase em sua disseminação nos quadros internos. E é alto o hiato em relação à elaboração formal de um Código de Conduta.