Inaugurando nosso primeiro post de 2012, hoje daremos continuação a série de publicações com o resultado da avaliação situacional dos “8Ps” da Governança Corporativa com o tema “Os propósitos”.
O levantamento foi realizado pelo economista e professor José Paschoal Rossetti para o livro “Governança Corporativa em Empresas Familiares”, lançado este ano pelo IBGC, no Congresso de Governança Corporativa, realizado em São Paulo.
Os propósitos
A existência formal de um planejamento estratégico para horizonte plurianual, documentado e definido por metodologias estruturadas e com o apoio de consultorias externas, não é característica dominante nas empresas avaliadas. Também não é prática comum a emissão anual de direcionadores pelo Conselho de Administração, em calendário pré-definido, abrindo o “ciclo de planejamento” da empresa. Mesmo a produção de um business plan anual, produzido pela diretoria executiva e submetido à homologação do Conselho de Administração, não é prática rigorosa. Há hiatos neste campo em relação às “situações desejáveis”.
A gestão e os negócios são direcionados por métodos tradicionais, buscando-se a preservação do patrimônio tangível e intangível historicamente acumulado. O redirecionamento ocorre à medida que surgem oportunidades e desafios ou se percebem riscos, ameaças e mudanças nos setores de atuação e nos ambientes institucional, regulatório e socioeconômico.
Os propósitos orientador (missão) e empresarial (visão), embora não atrelados a um plano estratégico formal e de longo prazo, são percebidos como bem alinhados às mudanças no ambiente de negócios em que as empresas operam. E é alta a coesão percebida entre os membros da administração quanto a questões de alta relevância, que possam por em risco a perpetuidade da empresa. São baixos os hiatos percebidos em relação a estes pontos cruciais.