Pessoas São com as pessoas que militam no interior das empresas os mais delicados e complexos embates para se estruturarem ambientes profícuos de governança corporativa. É a partir de relações interpessoais íntegras, movidas por regras morais e harmoniosas, que se mitigam riscos das mais variadas origens. Fator-chave da boa governança: presente em todos os “Ps”. Postura ética, requisito fundamental na condução de: – Questões societárias. – Negócios. – Operações internas, gestão. Harmonização de interesses: – Coesão. – Convergências, alinhamentos. Base dos legados, das condutas e das competências que conduzem à perenidade. Boas práticas: Alinhamento aos valores corporativos. Gestão estratégica de RH. Clima organizacional com altos índices de favorabilidade. Meritocracia e PPR justo e bem gerido. Situações críticas: Deficiências crônicas e crescentes na área de RH. Desconsideração pelas condições vigentes e pelas tendências do clima organizacional. Ausências de legados: organização “despersonalizada”. Veja também: Governança corporativa: a metodologia dos “8Ps”
Perenidade Salvo em casos excepcionais, objetivo último das organizações. Presente em todas as estruturas societárias, com maior visibilidade nas familiares. Fortemente associável a: – Harmonia de propósitos. – Criação de valor para os shareholders. – Conciliação dos interesses dos shareholders com os de outros stakeholders. – Desenvolvimento de lideranças, em todos os níveis – Estratégia focada em fatores-chave de sucesso. – Tratamento de questões-chave. – Gestão eficaz de riscos. Boas práticas: Gestão eficaz de riscos corporativos. Desenvolvimento de novas lideranças: sucessões bem conduzidas. Criação sustentável de valor para os shareholders. Conciliação de interesses dos shareholders com os de outros stakeholders. Situações críticas: Desinteresse pela sociedade e pelos negócios por herdeiros distantes e inativos. Riscos crescentes, resultados decrescentes. Interesses legítimos não satisfeitos. Veja também: Pessoas: o oitavo “P” da Governança Corporativa Governança corporativa: a metodologia dos “8Ps”
Práticas O foco das boas práticas de governança é a gestão de conflitos de agência, tanto os decorrentes de oportunismo de gestores, quanto de grupos majoritários de controle. Sistematização: do direcionamento da estratégia ao monitoramento de resultados. Práticas atribuíveis ao Conselho de Administração (estratégia de negócios e de gestão): – Direcionamento. – Homologação. – Monitoramento. Empowerment dos órgãos de governança. Gestão de conflitos e de custos de agência. Construção de canais de comunicação, internos e externos. Práticas atribuíveis à Diretoria Executiva: – Alinhamento aos valores corporativos – Operações alinhadas às estratégias – Foco em geração de resultados – Cumprimento do plano orçamentário Boas práticas: Ausência de conflitos de interesse. Transações com partes relacionadas amplamente justificadas. Práticas sistematizadas: do direcionamento da estratégia ao monitoramento de resultados. Práticas atribuíveis aos Conselho de Administração (estratégia de negócios e de gestão): – Direcionamento. – Homologação. – Monitoramento. Práticas atribuíveis à Diretoria Executiva: – Alinhamento aos valores corporativos. – Operações alinhadas às estratégias. – Foco em geração de resultados. – Cumprimento do plano orçamentário. Situações críticas: Ausência de acordos, protocolos de entendimento e de regras formais. Práticas oportunistas, conflitos de interesse. Decisões colegiadas desconsideradas. Prevalência de modelos informais de gestão. Veja também: Peneridade: o sétimo “P” da Governança Corporativa Governança corporativa: a metodologia dos “8Ps”
Poder As formas como se articulam as negociações e se estabelecem as relações entre os órgãos de governança definem a estrutura de poder no interior das corporações. Constituição da estrutura de poder: prerrogativa dos shareholders. Definição e separação de funções e responsabilidades: – Conselhos corporativos. – Direção executiva. Definição compartilhada de decisões de alto impacto. Planejamento das sucessões nos órgãos de governança. Boas práticas: Definido, visível e aceito, nos órgãos da Administração: – Empowerment e firme condução do Conselho. – Liderança forte, produtora de bons resultados e admirada na Presidência Executiva. Alçadas e responsabilidades claramente definidas. Situações críticas: Fragmentação e acomodações na estrutura organizacional para atender a pessoas, não voltadas para o interesse das empresas do Grupo. Lutas internas entre os membros do Conselho e principais Executivos. Indicações e promoções não fundamentadas em sistemas meritocráticos. Desconfortos com lideranças, quanto a estilos, competências e resultados gerados. Veja também: Práticas: o sexto “P” da Governança Corporativa Governança corporativa: a metodologia dos “8Ps”
Papéis Clareza na separação de papéis: Família, Sociedade, Empresa. Acionistas, Conselheiros, Gestores. Conselho de Administração e Diretoria Executiva. Chairman e CEO. Boas práticas: Clareza na separação de papéis: Conselho de Sócios (AG), Conselho de Administração e Diretoria Executiva. Acionistas, Conselheiros, Gestores. Funções segregadas: Chairman e CEO. Situações críticas: Papéis não segregados, funções acumuladas. Decisões contraditórias. Linhas de competência e alçadas não definidas. By pass constantes, em todos os níveis. Veja também: Poder: o quinto “P” da Governança Corporativa Governança corporativa: a metodologia dos “8Ps”
Propósitos O propósito fundamental da governança corporativa é contribuir para o máximo retorno a longo prazo dos stakeholders. Direcionamento de médio-longo prazo consensado. Alinhamento entre propósitos e expectativas dos proprietários. Clareza na definição de diretrizes de grande alcance: – Propósito orientador (missão). – Propósito empresarial (visão). Estratégia consistente, motivadora, realizável. Foco em retornos: (a) Maximização do retorno total dos investimentos dos shareholders (RTS). (b) Harmonização do RTS com os interesses de outros stakeholders. Boas práticas: Visão de longo prazo alinhada, nos Conselhos de Sócios e de Administração e no âmbito da Diretoria Executiva. Estratégia clara, consistente e focada na criação de riqueza. Situações críticas: Desalinhamentos na definição das estratégias, no modelo de empresariamento e na velocidade de crescimento. Rumos estratégicos desconectados da evolução do ambiente de negócios em que a Organização opera. Veja também: Papéis: o quarto “P” da Governança Corporativa Governança corporativa: a metodologia dos “8Ps”
Princípios Princípios da governança Os princípios consistem na base ética da governança. Por sua universalidade, eles estão presentes nos códigos de boas práticas hoje editados em todas as partes do mundo. Veja quais são esses fundamentos éticos dos negócios e da gestão: Fairness: Senso de justiça e equidade de direitos. Disclosure: Transparência quanto aos resultados, oportunidades e riscos. Accountability: Prestação responsável de contas. Compliance: Conformidade com instituições legais e com marcos regulatórios. Princípios da companhia Credos e valores internamente compartilhados. Externamente sancionáveis. Boas práticas: Internamente compartilhados e praticados. Externamente sancionáveis. Atributos que sustentam o respeito e admiração da companhia pela unanimidade dos stakeholders. Situações críticas: Não assimilação nem internalização dos princípios pelos quadros internos. Valores divergentes na Alta Administração. Desconstrução movida por transgressões aos valores do Grupo. Veja também: Propósitos: o terceiro “P” da Governança Corporativa Governança corporativa: a metodologia dos “8Ps”
Propriedade Um dos principais atributos que diferenciam as razões de ser e as diretrizes da governança corporativa é a estrutura da propriedade nas companhias, bem como o regime legal de sua constituição. Atributo fundamental, diferenciador das companhias. Tipologias: Familiar, consorciada, estatal, anônima. Fechada, aberta. Concentrada, pulverizada. Estreitas relações com as razões de ser e com as diretrizes da governança. Boas práticas Coesão entre controladores. Relações respeitosas, serenas, pautadas pela racionalidade. Situações críticas Desalinhamentos crescentes entre os controladores. Propósitos de médio-longo prazo divergentes. Relações inconciliáveis. Veja também: Princípios: o segundo “P” da Governança Corporativa Governança corporativa: a metodologia dos “8Ps”
A criação de um ambiente de governança corporativa passa geralmente pelas 8 dimensões dos “Ps” que são: propriedade, princípios, propósitos, poder, processos, práticas, perenidade e pessoas. Neste post, abordaremos de maneira sintetizada essas 8 diretrizes da governança corporativa. Confira!